quinta-feira, 5 de maio de 2016

Uma amiga no facebook:
               
- Como você está?


- Não saberia bem explicar como estou no momento. A vida não tem me dado outra possibilidade, a não ser partir para o lado do puro acaso, esperando que aquelas coincidências milagrosas surjam de vez em quando. Nada, abaixo disso, me satisfaz. Nada, abaixo disso, me dá tesão. Nada, abaixo disso, faz sentido para mim, mesmo fazendo sentido para os outros, para todo mundo. Estou me sentindo vagando no espaço, onde posso encontrar um planeta desabitado, onde posso me chocar com um cometa e me fuder, como posso também encontrar um planeta habitado, com seres diferentes do daqui. Tem dias que é dor, tenho chorado algumas vezes durante o dia, antes de dormir, quando acordo, mas são lágrimas confortadoras que, mesmo com dor, percebo que é uma dor bem transformadora, diante desse vagar que me encontro. Trazem-me mudanças sutis, que não sei, apenas sinto. Parece que estou vivendo mais em um sonho, do que uma realidade em que posso sonhar. Um sonho mesmo, uma coisa abstrata. Parece que sou personagem de um filme, onde tudo que faço, servem para o entretenimento dos espectadores (os possíveis deuses, ou extraterrestres). Estou bem, apesar de tudo. Tenho gostado da "brincadeira". Não consigo mais me relacionar normalmente com as pessoas. Perdi o tato. Perdi o teto. Perdi o chão. Perdi tudo. E ainda estou vivo. Estou seguindo em frente, ao sabor do vento vácuo do espaço.
 Estou jogando um jogo antigo, do playstation, daqueles jogos que a história começa com um mistério, onde você cai num lugar sem saber onde e onde está acontecendo um monte de coisas que você não está entendendo nada. Daí você começa a jogar, a explorar as coisas, e tem que ir descobrindo aos poucos onde está a chave daquela porta trancada, para que serve aquele objeto estranho parado no meio da sala, onde pegar a senha daquela passagem que não abre, o que será que quer dizer aquele quadro grande que brilha na sala?, e tudo isso com muito mistério, com muito "suor" para descobrir cada passo. Pois bem, é bem assim que estou me sentindo. Mas cada vez melhor comigo mesmo, cada vez mais forte, cada vez mais esperançoso, não com as coisas ao redor, apenas comigo mesmo.
Eu já te disse, e isso só cresce, cada vez mais me sinto um extraterrestre, um forasteiro, um cara que caiu num lugar estranho que anda procurando entender as coisas, tal qual o jogo, para chegar ao final do jogo. Não que esse jogo (a vida), tenha final. Mas, cada etapa, tem o seu final. E estou numa etapa foda, longe de qualquer realidade, uma coisa que percebo ser só minha, que não acontece com mais ninguém que conheço (sei que tem outros por aí também, mas não que eu conheça pessoalmente). Tô me sentindo.......... Sei lá........ Bem assim.

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