quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Cigano do Paraguai

Tá aqui
Escrito na palma de minha mão
A nossa história tem mesmo linhas tortas, é verdade
Chega a doer minha mão

E justo eu, esse cigano do Paraguai
Quem mais iria acreditar nesse amor, se não eu?
(Nem você...Veja você!!)

Mas minha intuição nunca me deixou na mão
Tenho ela na palma da minha mão
E sei que sua alma diz sim
Enquanto você diz não
Enquanto tudo nos diz não

Pode até não ser
Pode até não será
Mas tá aqui, vem aqui, pode ver
Escrito na palma da minha mão
Para um final feliz,
no final, eu e você!

domingo, 14 de agosto de 2011

Desesperados

Sei bem o que você está sentindo, minha querida
Nasceu comigo antes mesmo de eu nascer
Lá no útero, sozinho, eu já sabia
Hoje a gente morre todos os dias
Quando não de tristeza, que seja de alegria

Acontece que para eles o morrer morreu
Estão todos de olhos bem abertos
para não serem roubados
Todos bem vivos, mesmo mortos,
com medo de serem agredidos
E ninguém mais morre
Há psicólogos para isso
e para tudo que for necessário

Mas robôs, não nos roubem
Eu e você, minha querida, sentimos dor
Mais aquele e aquela e aquele...
E longe estamos

Mas se compararmos a imensidão do universo
Até que estamos pertos
Apesar do aperto,
da distância e do vazio
Estamos certos:
Até que estamos bem pertos

E desesperados
Como se tivéssemos nos procurando no útero do universo

Para,

enfim,

nascermos...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Uma linda puta dor

Quanto falta para sobrar dor?
É santa, mas transborda
É tanta que tonto estou

Eu que tanto já doei
Haja dor
À poesia entreguei
E ela, acostumada,
apenas sorriu
e me abraçou

E se deu
E se doou
Muito mais que qualquer mortal
E, não fosse ela, estava morto
Causa mortis: DOR

A dor pura
Pura dor
A dor limpa e pura
Uma linda puta dor

domingo, 7 de agosto de 2011