quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Por todos que pegaram suas canetas
Lápis
Penas
Teclados
Máquinas de datilografar

Por todos os rabiscos
Desenhando versos
Auges da dor
Gritos em silêncio

Por toda sede de ceder
Para beber um mundo melhor

Pela fome de beleza
(a mais distante, a mais rara)
Arrancada de dentro...

Do seio da poesia


Mergulhos profundos
Profundamente imprevisíveis
Sensíveis seres...

...Humanos de verdade

Somos unha e carne
Mas não só carne e unha

Os dedos, as mãos, os braços, o corpo inteiro

Sobretudo, o coração

Sobretudo, a alma

O todo


Poderia eu agradecer, mas não
Não foi por obrigação que o fizeram, eu bem sei

Salva-vidas de almas

Às vezes
Preciso de remédios
Mais forte que venenos



Overdose de poesia



E o meu coração...


A

dor

mece

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Passei mal
Cirurgia às pressas

O médico impressionou-se com o que via

E, aos poucos
Foi tirando, letra por letra
Formando, em cima da mesa
Toda suja de sangue...

Uma poesia




Respiraram aliviados...





Voltei a respirar

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Plante a semente

E tenha a consciência, a paciência

Que cada tipo diferente

Tem o tempo certo

Para germinar...
.
.
.

E você chegou, guria.

E fazia tempo...

Que eu não fazia poesia.
Uma menina tão diferente...

A poesia (re)presa...

Inundou o papel.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

E se você deixasse a razão de lado
Razão de tantos empecilhos
Armadilhas invisíveis nos trilhos
Do trem que vem trazendo nosso amor?

Será que seria assim...
Cada um de um lado?

Pontos de origem e de chegada

Uma se sentindo machucada
(Desculpe, eu não queria que fosse assim)
E o outro só sentindo dor.
.
.
Qual a razão de usar tanto a razão

Se falamos tanto de amor?
Tratam a dor do poeta
Como se fosse mais uma dor qualquer
Como se fosse dor de ilusão... Da imaginação
Culpa da sensibilidade aguçada
Quando, na verdade...

É dor de realidade.

Que não enxergam...

Porque vivem na ilusão.
.
.
A todo instante
Ouço falar que amor é posse
Pobres corações
Posse é o que possuem seus corações

Amor, não.

É por isso...

Que vocês não se dão.

É por isso que vocês acorrentam-se.

E foi por isso...


Que casei com minha solidão.