segunda-feira, 3 de março de 2014

Oh, mar que tanto já naveguei
A passear pela imensidão do ponto pequeno que é nosso planeta...
Do líquido que não pode ser medido
70% de água de que é feito o nosso ser...

Dias de navegação leve,
belo flutuar
Tempestades,
sombrios desafios...
Dias solitários,
acompanhados por seres de outra espécie
Que aparecem-me vez em quando...
Que aprecio vez em sempre

Dias de forte ventania...

E de sopro suave do ar


Ondas gigantes,
chuva e sol,
solo plano

Outros navios que passam ao longe, a acenar
A fazer contato,
para depois sumirem no horizonte

Que parece não ter fim...

A imensidão do ponto pequenino no espaço
A imensidão do espaço que ocupo
Um ponto menor ainda que o planeta

 A grandeza do navegar

 
Atraquei em cais
Em meus mais diversos humores
Despedi-me, como todo navegador
Abracei, conheci, explorei, conversei, sorri, chorei...
Como todo marinheiro de si mesmo

Conheci terras à vista e à prazo
Apenas passei ao longe por costas virgens e já devastadas
Toquei meus pés em lugares desertos e com pessoas se espremendo
Naveguei, naveguei, vaguei, dormi, vigiei...
Ora como um náufrago, impotente
Ora como um potente senhor dos mares

Novos ares, novas ondas, novos ventos, novas tempestades...
Vela levantada, vela acesa, escuras noites solitárias
As estrelas
Brilhos imensamente distantes
que não iluminam a mim
A lua
que ilumina o céu,
a mim
e o mar
 

Passeio pelo mundo
Passei por onde nem imaginava
Por ondas que eu pensava não conseguir pegar...

Ora sozinho, eu e a Natureza...
Ora habitantes do Velho e do Novo Mundo...
O novo,
tecnológico
O velho,
antes ainda do analógico...

As coisas ilógicas, em que pensam tanto, que discutem tanto...

E eu a navegar...

A envergar por esse caminho,
Do conhecido desconhecido

Coincidência ou não
Lágrimas são salgadas

Enquanto navego
Sinto o gosto da brisa
Do sal
Que escorre,
Até meu sorriso
Esse ponto pequenino
Minha imensidão...
Minha mansidão
Como se eu tivesse a certeza
De que estou, exatamente, em meu lugar:

Andar sem rumo
Para onde o vento me levar...








E alguém, dentro de mim, um dia gritou:

Vida à vista!!

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