terça-feira, 17 de dezembro de 2013

São Paulo do tráfego...

Amanhã, novo velho destino, nova viagem, recomeçar tudo outra vez...
Morar novamente em uma pensão, lavar roupa na mão, procurar emprego, ficar por lá por tempo indeterminado

Eis a próxima etapa

Assim é a vida, e eu nunca corri fora...
E nem nunca reclamei...
Se está sendo assim,
é porque assim é que é...

Assim foi eu que fiz

Se fosse para reclamar,
eu só poderia reclamar com uma pessoa:
eu mesmo...

Mas não:
todos os dias eu me agradeço por essa vida

Não importa o que eu precise fazer...

O que importa é que estou no meu caminho

Retrocesso?
Depende de como cada um encara
Para mim,
é tudo um processo...
de aprendizado...

Experiências de vida?
É comigo mesmo...

Nunca julgo o lugar, o conforto, se antes era melhor, se não era... Nada!!
O que me importa, é que estou andando...
O que me importa, é que, no momento, tem que ser lá

Só eu sei:
estou no meu lugar...

E meu lugar,
sempre foi
o lugar nenhum...

O resto,
é só o cenário
para enfeitar
essa minha história...

O que engrandece, cada vez mais, o que me interessa, a minha verdadeira estrada, o meu verdadeiro conforto...

é o meu espírito

E ele está em uma ultra-mega-hiper paz...

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São Paulo do tráfego
E um sergipano andando a pé

Desço a Consolação e na esquina da Maria Antônia paro e tomo um café
Depois subo pela Augusta, entro na Peixoto Gomide até chegar na rua Itararé
Uma menina me espera lá
No quinto andar, vou flutuar
Enquanto carros, stress e buzinas disputam espaço
Só ouço sua voz, só vejo teu riso, só sinto teus abraços

De volta à Haddock Lobo, minha morada, na minha janela
Acendo um cigarro e continuo pensando nela

Logo depois, logo ali, na Av. Paulista
Próximo da esquina onda Alice Ruiz se perdeu de vista
Passo por um senhor que toca Chico Buarque em sua sanfona surrada, com seu chapéu no chão
Te deixo uns trocados e pego o metrô Consolação

Desço na Luz e não penso mais nela
Um minuto de silêncio, estação Pinacoteca
Onde meus heróis foram presos e torturados até a morte
Vivo no séc. XXI, sem saber se tenho azar ou sorte
Não existe mais Henfil, Marighella, Vladimir Herzog
Respiro fundo, sigo em frente, preciso ser forte
E vou prestando atenção em suas crianças, São Paulo
De vez em quando ganho um sorriso e isso é tão raro

São tantas ruas, tantos lugares, tantos bares, tantas esquinas
Impossível te descrever em poucas linhas (e já são tantas)
Av. Angélica, Av. do Estado, Av. Tiradentes, Nove de Julho, Vila Carrão, Tatuapé...
Passo também pelo seu coração
Bêbados, artistas, loucos e trabalhadores se misturam na praça da Sé

Paro na esquina da Ipiranga com a São João e peço uma cerveja
Enquanto, ao meu lado, falam mal de você com tanta firmeza
Esse contraste, esse paradoxo, é que faz tua beleza
São Paulo de amor e ódio, quem sou eu para te julgar?
Mas um sergipano nunca vai te esquecer...

Tenha certeza!

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