segunda-feira, 4 de maio de 2015

Eu, essa pobre eterna criança, que hei de fazer, se fizeram-me adulto à força?
Os adultos e o tempo cercaram-me
Quantas vezes não soube lidar com coisas tão simples,
Por não ter aprendido as regras impostas, tão desnecessárias para mim?
O que são regras para uma criança?
Se cumprem, apenas por ordem, não por entendê-las
Uma criança que não acreditam ser, e com razão...
Vide os fios de minha barba branca


Mas todos crescem...


E eu me perdi

 
Pobre coração que não quer nada vindo do mundo dos adultos, já que tudo tem um preço
Tenho minha fértil, a fértil imaginação das crianças, tão mais completa, tão mais sincera, gratuita, tão sem julgamentos baseados em conceitos fabricados de acordo com a época vigente, relacionados aos interesses dos que comandam a nação, o dinheiro necessita, sempre urgente, girar e eles vão te comprar sutilmente, e vocês ainda é que pagam, e caro, por isso
Não, não quero nada e, pasmem, dizem-me tudo que eu deveria querer
Ou tudo que eu deveria ser
Ou tudo que eu deveria ter

Ou, então...

 
Exclusão

 
Mas saio de campo feliz... Não sei ser assim... Não, não quero ser assim

 
Nessa imensa roda gigante que não cessa de rodar, o tempo, já não sou mais criança...
Nesse lugar onde buscam diversão, mas que agora não tem mais graça para mim
O tempo mudou
Não, eles não brincam mais, percebi
Apenas se distraem para não perceberem o roubo do seu ser...
A anestesia para enganar, para afastar a saudade de quem verdadeiramente são e que não são mais

 
Eu, que gosto tanto de brincar...
Tenho as melhores brincadeiras em minha imaginação
Mas não tenho com quem brincar
Até quem era criança no meu tempo de criança...
Cresceram
E adultos e crianças não se misturam, por terem tanto conhecimento e tanta informação...
São tempos diferentes
Não tenho whatsapp
E fico de fora dos convites dos amigos, por esse simples motivo

 Não ligam mais, nem mandam mais mensagem, tão modernos há apenas dois anos

 Ah, essa inteligência e essa informação, tão sedutoras...

 

 Estraga, sutilmente, a inteligência inocente do sentir

 

Saio de campo feliz...

 
E sem culpar, nem os jogadores e nem o juiz, ainda são meus amigos, só não brincamos como brincávamos antes ou, apenas, brincamos de vez em quando... Momentos que se tornaram raros

Eles apenas entregaram-se, sem perceberem, à regra vigente da época

Eles que tanto criticam a exclusão social...

Ficaram pobres, tão ricos de informações

Contribuintes da mesma exclusão, só que de outra forma

 
Vê como as coisas não são fáceis?

 
A única coisa que é fácil, meus amigos...

 

 

 É falar

 

 

 

 

 

 

 

 

Vale ressaltar...

 

 

Sempre há as exceções

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