Quando nasceu minha dor
Essa dor de saber que a dor é inevitável
Essa dor de saber que esse ser tem um coração desregulado
E que enxerga que muitas dores poderiam ser evitadas...
Cuidei dela, como de uma filha cuidaria
Ou como cuidaria, da amada companhia
Brigamos muitas vezes, é claro
Quantas vezes chorei, desesperei?
Mas, quantas vezes, também, ensinaste-me a perdoar?
Essa dor de saber que a dor é inevitável
Essa dor de saber que esse ser tem um coração desregulado
E que enxerga que muitas dores poderiam ser evitadas...
Cuidei dela, como de uma filha cuidaria
Ou como cuidaria, da amada companhia
Brigamos muitas vezes, é claro
Quantas vezes chorei, desesperei?
Mas, quantas vezes, também, ensinaste-me a perdoar?
E o tempo passou...
Hoje,
é ela quem cuida de mim...
Ensinou-me até a fazer poesia
Foi ela que me deu coragem para largar meu emprego seguro,
e sair viajando, seguro de que, muitas coisas, eu aprenderia
Deu-me forças até para escrever livros
Sábia dor, sábia agonia
Ensinou-me tudo, sobretudo, a amar
Coisa que parece rara,
nessa era de tanta tecnologia
Amada dor...
Nessa arte de amar,
já não sou tão amador
Foi só eu aprender a lidar
Aceitei você do jeito que és
Parte inevitável da vida
E, apesar de ter reclamado tanto, tantas vezes, tantos dias...
Era tudo raiva
Você mesma sabia que até eu mesmo sabia
Era porque a ferida ainda ardia
E ainda arde
E sempre arderá
Mas, agora, é diferente
Quando estou chorando,
agora eu sei:
não vens para me fazer mal
Pelo contrário,
é para me fazer companhia
Foi com você, amada dor
Que aprendi o que é a verdadeira alegria...
De viver
A dor, pode até ser só dor para alguns
Mas, para mim,
é a vida parindo alegria
É um casamento
Muitos não suportam
Pedem divórcio
E, de algum modo,
se acomodam
Ou vão embora...
Amada dor, você bem sabe
Nunca te abandonei
Nunca me abandonastes...
Foi a única que me acompanhou todos os dias
Na saúde ou na doença
Na tristeza ou na alegria
Hoje, pego-me perguntando, devaneando, leve, sereno, fumando um cigarro:
- Querida dor... Sem você... O que será que eu seria?
Nunca te abandonei
Nunca me abandonastes...
Foi a única que me acompanhou todos os dias
Na saúde ou na doença
Na tristeza ou na alegria
Hoje, pego-me perguntando, devaneando, leve, sereno, fumando um cigarro:
- Querida dor... Sem você... O que será que eu seria?
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