domingo, 28 de fevereiro de 2016

Para quem possa interessar:

Tenho alma



Tenho alma mais do que se pode ter nesse mundo...

Para viver em paz.

Tenho alma, o mínimo necessário que se pode ter nesse mundo...

Para viver em paz.


Acredito no amor
(Tão fora de moda)
Incondicional, livre, sem ciúmes
(Tão na moda)
Mas não acredito que as pessoas estejam preparadas para amar.
(Tão eterno)

Eu tento...

E já não sou tão amador.

O planeta ainda está no campo do egoísmo, das imagens, das manipulações, distraem-se facilmente com qualquer coisa feita extraordinariamente para distrair, a ponto de acharem que não há nada melhor que essa distração.
Tão preocupados com o que impuseram, o belo, o bom, o certo, o errado, o feio...

Fico abismado...

Diante...


Da beira desse abismo.




A quem possa interessar:

Não sou santo, por essas coisas que falo...

Apenas sinto

E tento.
Tento, tento e tento.

Tento tanto...
Que fico tonto...
E peno.

Mas não precisam ter pena de mim.

Sou feliz:
Apaixonei-me pela solidão...


E não há amor mais sólido para esse coração...




Que sofre de alma.




Para quem interessar:

Perdi o interesse no jogo
Nas mentiras
Não as irrelevantes, nesse caso, todos mentem
Mas aquelas que, quando ditas, por mais que pareçam precisas no momento, só tiram um pedaço do amor...
E, na mesma medida, abre um espaço para dor
Que pode até não vir
Se o outro também jogar
E mentir
E fingir que acredita

E se a dor vier...
Tapam com outras mentiras.

Passamos a vida...
Aprendendo a ser bons jogadores.


Não...


Nem que eu quisesse
Eu não sei mais jogar esse jogo

É tanto jogar, tanto julgar...

Dá até vontade jogar a toalha.


Não...


Apenas sigo em frente...




De mãos dadas com minha solidão.




Para quem interessar:

Não me interessa se você se interessa, ou não, pelo que eu me interesso
A única pessoa que preciso convencer é a mim mesmo
E desse mal eu não sofro.

Por tudo que senti, ah, esta alma que me deram...
Sei bem onde me sento, onde me deito.
Sei o que faz sentido.
Mesmo que não faça sentido ao jogo.

Mesmo que eu seja o excluso, o doido, o coitado, o chorão, o estranho, o dramático...
Hahaha...
Adjetivos que os jogadores disparam, para tornar-me menor:
É essa a intenção do jogo:
Disputa.
(Há quem se encaixe nesse adjetivos, mas só para quem está jogando)

Não foi ninguém que me ensinou a não jogar...
Aprendi atravessando desertos...
Apenas vivendo, essência, sentindo, o essencial, rasgando a minha própria pele, o meu próprio peito
(Não porque mandaram, mas porque se fez necessário num dado momento)

Não me impuseram regras
Não me ensinaram caminhos
Não me deram instrumentos, peças...

No deserto...
Eu estava nu
Apenas eu e eu.

Nenhum sistema
Nenhum rei
Nenhum súdito
Nenhum escravo
Nenhum mandão
Nenhum poder
Nenhuma disputa.

Por mais que tudo exista ao meu redor
Quando estou só
Não existe pessoas e todos os cenários que se espalham entre nós...

Continuo o mesmo solitário avançando no deserto...




É de mim para dentro.




Para quem interessar:

Não liguem para mim, se o que falo os incomoda
Não preciso de aplausos
Não me incomodo com vaias
A indiferença não faz a mínima diferença para mim

Tenho sede e fome de alma, apenas

Sou, sim, carente
Mas do que realmente importa
Do que normalmente não encontro


Nada mais.


Não esperem de mim encenações
Que eu diga a palavra exata para a próxima jogada prosseguir

Não




Sou, apenas, simplesmente, somente...



O que sou.













Para quem interessar.

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