Essas transformações internas, tão constantes,
constantemente mais profundas, me dão a sensação de uma conexão cada vez maior
com o Universo, e que descrevo em versos e palavras, por vezes desconexas. Com
o tempo, alguns passam a me estranhar, o que não é de se estranhar. Muitas
vezes, principalmente no início, eu mesmo estranhei, e muito, tais
transformações em mim. Já hoje, que conheço bem esta alma que habita em mim (ou
esse milhão de almas), sei que isso é tão normal, mesmo, muitas vezes, sendo
tão difícil. Vivo em paz, apesar da angústia.A sensação de paz que eu sinto e
que é única em cada um, é ela quem me guia e que sussurra em meu ouvido que estou
no caminho certo: Transfor(a)mar.
Às
vezes, a multidão inteira, todos, 100% das pessoas ao meu redor, não entendem
minhas atitudes. Antes, isso doía muito. Hoje, solto apenas uma risada serena,
sem sonoridade mesmo. Aceito tudo e a todos como eles são... Já eu, sou assim. E
a cada transformação, mais deserto. Aí passei a me iludir com as miragens que
eu enxergava de longe. Mas antes mesmo de eu chegar perto, elas sumiam, e eu
não matava minha fome e sede de amor. Sedei minha dor. A serena dor. E me
transformei em um ser humano, justamente em mundo em que se transformam em
robôs, programados para competir. É claro que eles vão me estranhar...
E,
por mais que doa, quando me dôo, é quando estou feliz. E, quanto ao deserto, já
não há problemas, ele virou meu amigo: nem eu o mato, nem ele me mata. Quanto
às miragens, agora brinco com elas. E, como companheira, a mais linda e
completa de todas que já encontrei: minha solidão.
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