sexta-feira, 8 de março de 2013


O tamanho das coisas depende da distância que você olha
De longe,
dá para por a lua entre os dedos, por exemplo
De perto, temos que andar bastante para explorá-la

E de perto, sentimos o meio,
o chão, o cheiro

Vemos-a
Mas nunca ela inteira

É preciso andar

De longe, ela muda pouco
De perto, é sempre tudo novo
Para percorrê-la,
vai demorar


Fecho a janela,
despeço-me dela,
hora de dormir

Mas antes,
pego a caneta
e escrevo meus devaneios,
que tive enquanto fumava o último cigarro do dia


Imaginei ser assim também com as pessoas
A profundidade, a distância com que se olha
O quanto se perde, quem está longe
E o quanto ganha, quem está perto



Mas minha sensação

É que ainda tem muita gente perdida no espaço...

Ou, nem sequer
Tirou os pés do chão

A sensação
É que se satisfazem apenas com a contemplação

Para mim, não...



Eu preciso voar

Eu precioso sentir

Eu preciso estar lá


A profundidade é funda
E muita gente tem medo de se afogar

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