O tamanho das coisas depende da distância que você
olha
De longe,
dá para por a lua entre os dedos, por exemplo
De perto, temos que andar bastante para explorá-la
E de perto, sentimos o meio,
o chão, o cheiro
Vemos-a
Mas nunca ela inteira
É preciso andar
De longe, ela muda pouco
De perto, é sempre tudo novo
Para percorrê-la,
vai demorar
Fecho a janela,
despeço-me dela,
hora de dormir
Mas antes,
pego a caneta
e escrevo meus devaneios,
que tive enquanto fumava o último cigarro do dia
Imaginei ser assim também com as pessoas
A profundidade, a distância com que se olha
O quanto se perde, quem está longe
E o quanto ganha, quem está perto
Mas minha sensação
É que ainda tem muita gente perdida no espaço...
Ou, nem sequer
Tirou os pés do chão
A sensação
É que se satisfazem apenas com a contemplação
Para mim, não...
Eu preciso voar
Eu precioso sentir
Eu preciso estar lá
A profundidade é funda
E muita gente tem medo de se afogar
Nenhum comentário:
Postar um comentário