quarta-feira, 1 de junho de 2011

Devolva-me

Devolva-me meu gosto de viver
Devolva-me seus gostos,
que eu gostava de satisfazer
Quero seu rosto por perto
Pode ser até um resto,
posto que seus gostos
era gostar dos gostos meus
Nossos
Nós

Posto que em nossos desgostos,
um era o porto do outro,
um porto perto do infinito,
perto de onde a gente morava

Devolva-me meus olhos, meu olhar, meu riso
Porque, por engano, ao me despedir, levei o riso teu
de tão parecido com o riso meu

E, ao sair, em vez de eu me levar, te levei
Agora seu peso e sua ausência pesam em mim
Um engano fácil, não foi distração
Porque já estava assim,
estava tudo tão assim:
Eu tão você e você tão eu
Que foi assim tão fácil confundir

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