Sozinha, livro nas mãos, sentada...
Olhos em movimento
Olho seus movimentos
Olho seus movimentos
Da esquerda para a direita,
lentamente,
castanhamente...
Às vezes um riso
Tudo isto
Numa esquina
Que eu espreito
Tudo isso,
rima
com minhas rimas
E quando os olhos desviam o caminho
e em outra direção,
caminham?
Às vezes Sul
Às vezes Norte,
Às vezes...
Meio nordeste
Como se buscasse,
em cada lugar,
um lugarzinho,
debaixo das asas...
Da imaginação
Voando lentamente...
Viajando
Parece que,
nesse momento,
sua mente nada mente
Parece que tudo se sente,
na sua mais perfeita sensação
A história lida,
com vida,
riscada,
rabiscada,
sentida,
impressa,
em prosa,
ou rima...
no seu coração
A sublimar sensação
Que a imaginação sublinha
Que quando vejo,
Faz-me brincar com rimas
E só quem sente...
Sente
E foi isso o que eu senti
Ao ver você assim
Fumando um cigarro,
A ler...
Tomando uma cerveja sozinha
Sentado na cadeira,
em minha mesa,
sentindo umas coisas
E, quem sabe,
essas coisas,
nessa linhas,
escreva...
Qualquer coisa
O que seja...
Qualquer coisa tão linda
Tanto quanto o que eu vi
Pego o guardanapo
Nem penso em papo
Na verdade
Não tenho mais papo...
Pego tudo e passo,
logo, tudo para o papel
Pego uma caneta,
um lápis,
um pincel..
O que quer que seja!!!
Qualquer coisa que escreva
Que descreva
O que é
Observar
Quem absorve
As letras
De quem
Um dia
Absorveu
Sozinho
As entrelinhas
Em letras...
Agora,
é você,
de frente
para mim,
neste lugar
Você,
deste planeta,
deste lugar
Rabiscarei,
nem que eu cometa
um ato vulgar
Nem sei se algum desses,
agora acompanhada,
ao seu lado,
todos tem ares enamorados
por acaso,
te namoram?
Mas, antes de ir embora,
esse guardanapo,
em suas mãos,
ou, quem sabe,
em seu coração...
Ficará
Seria pecado,
se esse papel já um tanto molhado,
já tão riscado,
tão rasurado,
riscado pra lá e pra cá...
Eu levasse pra casa
Comigo,
estes rabiscos,
se sentiriam desabrigados
Por isso,
brigam comigo
Deixa-me uma angústia,
o mais conhecido castigo
E me pedem,
humildemente,
asilo
Quer ir passear aí pros seus “lado”
Quer conhecer um pouco desse seu lugar
Timidamente chego,
já indo embora
Olhos nos olhos
O guardanapo,
deixo...
Todo sem jeito
“Devolva-me essas poesias,
por favor,
por e-mail...
Ou,
então...
Devolva-me”
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