sexta-feira, 26 de abril de 2013

Eu confesso...


Hoje sinto-me ridículo ao falar de amor
O mesmo que, outrora, falava eu com tanto ardor

Agora é dor

Para quer falar, para que gritá-lo?
Aplausos?
Não, ainda não entenderam...
É desespero

Essa ardor de outrora, deixo para outra hora, quem sabe mais para frente

Esse defeito, tão precioso em mim, mata-me a sufocar
Será um desvio de minha cuca, de quem é a culpa, será que é mesmo minha?
Do que adianta saber?

Agora é tarde:
Já é madrugada
E o dia, ainda tenho dúvidas...
Não sei se ele voltará a brilhar novamente

E mesmo que me tentem, com sua máscaras bem maquiadas, com seus sorrisos plásticos,
a mudar de ideia, quem sabe procurar uma ajuda, um especialista...
Não adiantará, poupo-lhes esforços
Não preciso de teorias e diagnósticos
Sou um doente confesso:
é amor o que eu sinto

Remédio?
Claro que tem...
Mas só em trezentos, ou dois mil, ou um milhão de anos vão desenvolvê-lo
Isso, se não for tarde demais

Por enquanto, mentir e omitir...
Por enquanto, o próprio umbigo é a montanha mais alta

Coro ao falar de amor, em tempos de máquinas...
Mas tanto faz...
Amanhã eu grito mais
(E sem corar)

No mais,
apesar da angústia e do sufocar,
vou dormir em paz

Com aquele sorriso sereno
Peculiar aos que estão me entendendo
Àqueles que também já não suportam mais

Um comentário:

  1. Caralho...

    Confesso que sua confissão falou por mim... e me deixou sem palavras.

    Muito bom. Muito lindo. Muito foda.

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