Esses meus gestos, por vezes, indigestos
Essa minha voz, por vezes voraz, por vezes veloz
Por vezes mansa, por vezes sonsa, por vezes feroz
Essa ida sem rumo, mas sempre com rima
Há um mundo além desse mundo
Num silêncio com voz
Chegou minha vez, ouça falar
E não é preciso senha
Só sonhar
Esse meu jeito sem jeito
Veio de tudo que aprendi durante a gestação
Agora, vinte e nove anos depois, posso sentir:
Estourou a bolsa
Não é preciso mais médico, correria
Agora é silêncio, dor e alegria
Eu queria muito poder descrever em poucas, ou até mesmo, em muitas linhas,
a sensação de nascer
A verdadeira sensação da, finalmente,
Liberdade
Sim, com “L” maiúsculo mesmo
Sinto pelos que não passarão da gestação, que não nascerão
Mas darei cada gota do meu sangue para levar ao maior número de pessoas possível
o caminho
Não, não sou Deus
Muito menos santo
Eu
apenas
sinto
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