sábado, 26 de novembro de 2011


              Thiago trabalhava numa fábrica, aquela coisa mecânica, onde numa esteira, cada um tinha uma função. Seu patrão, querendo o máximo de lucro, queria que a esteira rodasse o mais rápido possível dentro dos limites humano de seu grupo. Como o humano sempre pode um pouco mais do seu limite, ele acelerava um pouco mais a esteira, até chegar ao ponto máximo do grupo. Esse esforço maior seria pago, claro, com o cansaço dos trabalhadores e não com os braços do chefe.
                Como os trabalhadores precisavam comer e sustentar suas famílias, eram “obrigados” a aceitar a velocidade da esteira e, geralmente, os salários não condiziam com o tamanho do esforço deles. Thiago, o mais acelerado de todos, conseguia ser mais rápido e ia além do limite daquele grupo. Mas ele não podia ser mais veloz, pois assim, iria atrapalhar seu colega da frente e todo o andamento do trabalho. A única solução seria tirá-lo do grupo e achar outras pessoas tão velozes quanto ele. Mas não tinha, eram muito poucos e não dava para formar um outro grupo. Resultado: por falta de espaço, por ser mais rápido que todos, ficou sem emprego. Ou seja, não se pode ser mais lento, nem mais veloz. Há uma moldura e tem que caber exatamente nela.  Mais ou menos, o efeito é o mesmo: exclusão.
     
      Assim é o sistema, assim é a sociedade...

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