Visitando
o porão
De
dentro de mim
Visita
precisa
Visita
forçada
Nada
mais encontro
Dentro
de casa
Que
me traga a paz que preciso
Abro
a porta
Desço
a escada
Encontro
outra porta
Outra
escada
E
mais uma porta
E
mais uma escada...
Porão
sob porão
Profundidade
E
a dor, sem dó
Esporeia
o dorso do coração
Que
galopa a esmo
O
mesmo que não para de bater
O
mesmo que não para de apanhar
Quando
canso
A
dor chicoteia
Para
não parar
Quando
corro
Canso
Longe...
Não
há ninguém por lá.
Quantas
travessias, cada vez mais perigosas,
Ainda
atravessarão esse meu torto caminho,
Que
tanto me entorta?
Quanto
de mim suportará, ainda, o peso de não ser,
o
que me forçam, sem forçar, a ser,
o
que nunca vou ser,
a
não ser,
ser
eu?
Por
isso, recebo o chamado, preciso, imprevisível, misterioso, inexplicável...
Mergulhar
Mares
revoltos
Terrenos
desertos
Sede,
miragens, tempestades, afogamento...
Escuridão
Desnorteado,
cambaleante, baleado...
Continuo
Mais
uma porta
(já
não aguento mais)
Mais
um porão
E
a dor, sempre
Sempre
sem dó
Ignora
o sangue que jorra
Feito
água...
Meus
olhos...
Um
mar de lágrimas
Mais
cansado, cambaleante, quase caindo, novamente baleado...
Esgotado
Continuo
Mais
uma porta
Mais
um porão
E
já não importa
Se
eu aguento ou não
O
que importa
É
não me entregar
Ajoelhar-me
à porta
Da
ilusão
E
viver a esmo
Em
nome do medo
Desejando
eternidade
Com
uma infinidade...
Das
mais filosóficas orações.
De
tudo que sei
É
que em algum lugar
Encontrarei
meu Deus
Não
olhando para cima
Mas
descendo, sedento, religiosamente,
Ao
mais fundo