quarta-feira, 5 de agosto de 2015

E aqui estou eu, sozinho novamente, como sempre fui
Mas que teimosia, esta minha, de ser teimoso
De experimentar tudo de novo
Na esperança vã de acontecer algo de novo

Muda-se tudo, sim...
Menos o que mais me interessa
São tantos, tantas as diferenças, as mais diversas
E, no entanto, todos iguais

Quem sabe, seja cegueira dos meus olhos
Ou, talvez, dos corações que eu enxergo

Tanto faz...

Se não nos damos em nenhuma das ocasiões

Estrangeiro aqui
Como em qualquer outro lugar
Não tenho casa
Não me sinto em casa em nenhum lugar deste planeta
Que, no entanto, obrigaram-me a morar

Creio, erraram meu endereço
Se existo, foi por engano de quem me fez existir
Não pode ser


Do jeito que é, só há esse jeito:
Simplesmente, não pode ser

Ou então...

Deem-me outro coração, e outra alma

Que, com esse e com essa...

Eu não consigo me enganar


Fingir que não vejo

Fingir que não sinto


Coisa preciosa deste lugar
.
.
.
E se escrevo tudo isto
É porque teimei em teimar
Até ter certeza que só me restava esta certeza
Com a serenidade triste que só a felicidade plena pode nos dar
.
.
.
Não me sinto em casa
Com esta maneira e mania que me foi dada...

De sentir

E, no entanto, justamente ela...
É o que há de mais belo em mim





Quanta contradição...




A tradição dos poetas
.
.
.
Não, não...

Tolices...

Eu me sinto em casa sim
São apenas meus vizinhos que me fazem confundir
Mesmo que eu viva a me mudar
Na esperança vã de encontrar algo de novo

Mas, agora, não...

Definitivamente, eu me rendi

De agora em diante
Escolherei, apenas, um lugar para dormir
E, para as noites de insônia, escrever...

Que é o único lugar que sinto meu morar




Eu e a natureza
Eu e o infinito
Eu e o mistério das coisas

Estes sim...

Meus verdadeiros vizinhos

Nenhum comentário:

Postar um comentário