https://twitter.com/ivanscosta
Até que chegou o dia em que dobrei a última esquina para pegar a estrada vazia rumo à montanha mais alta do meu ser...
...Como uma águia que, para sobreviver, sobe ao mais alto para, sozinha, quebrar o próprio bico, que não lhe serve mais, para recomeçar sua caçada
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Quantas vezes eu quis que você voltasse... Mas a única coisa que volta é esse sentimento de querer você voltar...
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Quando seu quarto é maior e melhor que o mundo lá fora...
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A beleza do vencedor está na força da fé em si mesmo...
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Choveu hoje em meu coração o que tava previsto para o mês inteiro...
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Não preste atenção só nos fatos... Sobretudo, atenção na intenção dos atos...
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Sofro de TOC: Transtorno Obsessivo do Coração
https://twitter.com/ivanscosta
domingo, 24 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Primeiro é preciso ter a (se)mente
Depois se molha com água, lágrimas
E aí vai crescendo, aos poucos
Se quiser ter o que oferecer,
os frutos (da imaginação),
Se quiser saciar e matar a fome,
os que têm fome de viver,
é preciso tal processo
Respeitar o tempo da natureza
A hora certa da colheita
É preciso paciêcia
E é preciso não deixar apodrecer
Desfrutar o melhor,
o tempo certo de ser
Porém,
é preciso preciosos cuidados...
O risco de pragas pregadas nas folhas (a pele)
É preciso solo fértil
E torcer para chover ou não chover no tempo certo
A vida, segundo Deus,
segundo a natureza,
segundo eu mesmo
É assim
De minha parte,
foi assim que aprendi
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Parto
Meu coração gestante
Contrações e contrações
Desde a semana passada
E nada
Parece até trigêmeos
E choram antes da hora
E minha sensação
é que já passou da hora
Sem hora para nascer
Não terá nome, nem sexo
Não terá signo
Talvez nem nexo
Mas a poesia tem que nascer
Se assim não for, o poeta é quem sobra,
e não haverá respiração, nem porta,
muito menos veia aorta,
que faça o poeta sobreviver
domingo, 10 de fevereiro de 2013
Quem canta os males espanta...
Tudo bem
Se você quis assim
Quem sou eu para discordar de você, meu amor?
Ainda que seja o fim
Não sou seu... Deus
Aliás, se eu fosse, com certeza as coisas não seriam bem assim
Não, não, não... Não
A gente pode um dia pedir perdão
Ou deixar tudo como está
Você me disse que nosso tempo passou
Eu sei
Eu só não pensei que seria assim rápido demais
Aliás, sinceramente, eu pensei que nunca fosse acabar
Não, não, não... Não
Onde será que foi que eu me enganei?
Será que foi naquelas suas lágrimas doídas?
Onde será que foi que eu me passei?
Será que foi naquelas palavras tão lindas?
Hoje apenas uma carta envelhecida
Aceito com todo carinho
Todo o seu carinho
Aproveito também pra te pedir perdão
Por meu coração querer muito mais
Quando eu fui embora você me disse que nossa história não acabou
Como eu pude acreditar?
Como eu fui um amador...
Como eu fui um amador...
E haja dor
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Cartas a um jovem poeta - Rainer Maria Rilke
“O senhor me pergunta se os seus
versos são bons. Pergunta isso a mim. Já perguntou a mesma coisa a outras
pessoas antes. Envia os seus versos para revistas. Faz comparação entre eles e
outros poemas e se inquieta quando um ou outro redator recusa suas tentativas de
publicação. Agora (como me deu licença de aconselhá-lo) lhe peço para desistir
de tudo isso. O senhor olha para fora, e é isso sobretudo que não devia fazer
agora. Ninguém pode aconselhá-lo e ajudá-lo, ninguém. Há apenas um meio.
Volte-se para si mesmo. Investigue o motivo que o impele a escrever; comprove
se ele estende as raízes até o ponto mais profundo do seu coração, confesse a
si mesmo se o senhor morreria caso fosse proibido escrever. Sobretudo isto:
pergunte a si mesmo na hora mais silenciosa de sua madrugada: preciso escrever? Desenterre de si mesmo
uma resposta profunda. (...)
E
se, desse ato de se voltar para si, desse aprofundamento em seu próprio mundo,
resultarem versos, o senhor não
pensará em perguntar a alguém se são bons versos. Também não tentará despertar
o interesse de revistas por tais trabalhos, pois verá neles seu querido
patrimônio natural, um pedaço e uma voz de sua vida. Uma obra de arte é boa
quando surge de uma necessidade. (...)
Leia
o mínimo possível textos críticos e estéticos – ou são considerações parciais,
petrificadas, que se tornaram destituídas de sentido em sua rigidez sem vida,
ou são hábeis jogo de palavras, nos quais hoje uma visão sai vitoriosa, amanhã
predomina a visão contrária. Obras de arte são de uma solidão infinita, e nada
pode passar tão longe de alcançá-las quanto a crítica. Apenas o amor pode
compreendê-las, conservá-las e ser justo em relação a elas. Dê razão sempre a si mesmo e a seu sentimento, diante de
qualquer discussão, debate e introdução; se o senhor estiver errado, o
crescimento natural de sua vida íntima o levará lentamente, com o tempo, a
outros conhecimentos. Permita a suas avaliações seguir o desenvolvimento
próprio, tranquilo e sem perturbação, algo que, como todo avanço, precisa vir
de dentro e não pode ser forçado nem apressado por nada. Tudo está em deixar amadurecer e então dar à luz. Deixar cada
impressão, cada semente de um sentimento germinar por completo dentro de si, na
escuridão do indizível e do inconsciente, em um ponto inalcançável para o
próprio entendimento, e esperar com humildade e paciência a hora do nascimento
de uma nova clareza: só isso se chama viver artisticamente, tanto na
compreensão quanto na criação.”
SOLIDÃO
A solidão é como uma chuva.
Ergue-se do mar ao encontro das noites;
de planícies distantes e remotas
sobe ao céu, que sempre a guarda.
E do céu tomba sobre a cidade.
Cai como chuva nas horas ambíguas,
quando todas as vielas se voltam para a manhã
e quando os corpos, que nada encontraram,
desiludidos e tristes se separam;
e quando aqueles que se odeiam
têm de dormir juntos na mesma cama:
então, a solidão vai com os rios...
Rainer Maria Rilke, in "O Livro das Imagens"
Tradução de Maria João Costa Pereira
Ergue-se do mar ao encontro das noites;
de planícies distantes e remotas
sobe ao céu, que sempre a guarda.
E do céu tomba sobre a cidade.
Cai como chuva nas horas ambíguas,
quando todas as vielas se voltam para a manhã
e quando os corpos, que nada encontraram,
desiludidos e tristes se separam;
e quando aqueles que se odeiam
têm de dormir juntos na mesma cama:
então, a solidão vai com os rios...
Rainer Maria Rilke, in "O Livro das Imagens"
Tradução de Maria João Costa Pereira
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