segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Para Renata Agondi...

Eu quis fazer uma crônica
Depois uma poesia
E logo um livro para você
Um filme, uma música, qualquer coisa, qualquer linha...
Intermináveis linhas
Essa sua interminável força
É também força minha
E suas linhas, é também
inspiração minha

Quando você estava lá,
eu não sabia,
eu só tinha seis anos,
tinha acabado de completar

Mas eu estaria lá
Mesmo, ainda, sem saber nadar
Mas eu estaria lá
para tentar te salvar

Para ter de perto esse olhar
Mesmo que não me olhasse,
eu ficaria olhando ele todos os dias
Aquele olhar distante,
eu olharia todos os dias

Aquele olhar distante
que no primeiro instante
me tocou
E que eu não consigo mais
Ficar distante dele nem sequer
por mais um dia

Quando te vi pela primeira vez, 
você já não estava aqui, mas eu reconheci
Meu coração logo disparou
e logo em seguida, me avisou:
uma poesia está aqui

E eu estaria lá
mesmo sem saber nadar
E eu estaria lá
podia o mundo acabar
E eu estaria lá
para tentar te salvar

E se não fosse possível, então,
para você me levar

domingo, 29 de janeiro de 2012

Queremos acabar com nossos medos
Mas não é isso, os medos sempre vão existir

Não precisamos matar o medo
Tudo que precisamos
é deixar que ele não nos mate
Não me cobrem,
não dobrem minha alma ao meio

Não me deem horários
E pouco me importa as comissões e os honorários

Sua pressa de vender?
É do tamanho da minha pressa de viver

Reunião?
Só se for com minha alma
E não terá cobrança, nem horários
Terá, sim, violão e poesia
E o que é melhor:
pode-se falar o que quiser
e não haverá ameaças

Todos os dias
Os mesmos horários
As mesmas cobranças
As mesmas dores de cabeça
As mesmas "mesma coisa"
Só mudam as metas e para mais, é claro


Não me cobrem,
não dobrem minha alma ao meio

Minha única meta é viver

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O tamanho da alegria do Homem está no tamanho de sua liberdade

E cada um tem um cérebro para usar

A pior tristea está em não realizar os sonhos

A maior alegria está em sonhar

COMEÇA O JOGO!

Boa Sorte!

E não esqueça:

Toda verdade pode ser derrubada a qualquer momento

domingo, 22 de janeiro de 2012

sábado, 21 de janeiro de 2012

Já fiz de tudo:

Estudei em escola particular
Passei em dois vestibulares
Fiz concurso público
Trabalhei pouco mais de três anos,
com benefícios e tudo
Gravata e previdência privada
E nem trabalhava dia de sábado

Até casar, eu já casei

Mas ainda falta-me uma única coisa:
Viver
Não me agradeça
Não me engradeça

Quer retribuir?
Seja gentil com o outro, o máximo que puderes

e já ficarei muito grato


Não sou santo

Apenas sinto

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Lisa, a menina calada, a menina quieta, a menina marcada, a menina mirada. Irada e ilhada em silêncio. Era muito barulho lá fora para alguém conseguir ouvir o seu silêncio. Ela era o alvo preferido dos espertos, dos barulhentos, dos donos do pedaço. Um confronto certo: ela versus o mundo. Ela muda, eles murros, ela nada, eles murros, eles, uns nadas, ela versus o mundo.
            “Para toda tragédia, há um herói”, dizia em voz baixa. E não dizia mais nada. Ia embora calada, pensando no outro dia que ia chegar, que o tempo não dava trégua, que ela não conseguia mais agüentar, e por que agüentar? Ciente do inconsciente coletivo dos “mortos-vivos”, dizia, não tinha o que fazer. Morrer era o que ia doer menos, mesmo se juntasse a dor de seus familiares e amigos (estes, uns poucos). Diziam que ela era assim porque ela não acreditava em Deus e ela dizia que não acreditava em Deus por as coisas serem assim. E assim o tempo ia, impecável em seus segundos, seus passos certos, a dor certa de que o outro dia ia chegar. Olhou os pulsos, foi ao banheiro e sentou-se. Depois de chorar, sorriu e foi dormir.
            O despertador a desperta. Ela pega seu caderno e traz para perto. Anota uns versos. Faz o inverso. Cada agulhada em sua alma, uma linha de um poema para ir costurando seu coração. Um dia correu para os braços da mãe, a menina calada: “Mãe, tá doendo” – O que filha? – Meu coração. A mãe apenas sorriu e disse: isso passa. Mas não passou. Passou do ponto. Estragou. “Quando minha alma nasceu, foi horrível a dor do parto... E até hoje ela chora”. Foi tomar um banho. As lágrimas se misturavam com a água que caía do chuveiro. Mais um dia de terror: os espertos barulhentos donos do pedaço iam mexer com ela. Iam chamá-la de muda, só porque ela não sabia conversar sobre se dar bem em cima de ninguém. Uma estranha. Em um mundo de sempre alguém versus alguém, surgia ela versus o mundo. Surgia ela e seus versos. Calada. E seus versos gritando mais que o barulho, seja de carros, sirenes, buzinas ou o sorriso cínico dos espertos donos do pedaço.
            Chega a noite. Tranca-se em seu quarto. A esquina é o canto. Pega seu violão e canta. Um cristal barato (na moeda deles, é claro, de R$ 0,99) se despedaça numa canção, disputada com o barulho lá fora, que chega a estremecer a vidraça. Sozinha, chorando, assiste a notícia na TV: um louco sai atirando no colégio. Dor, revolta, sangue, mortes, desespero. Em meio a toda dor, a dor do rapaz. Um monstro. “Mas quem o criou?”, ela apenas perguntou. Pegou seu caderno de anotações e em um lá menor escreveu: “Chorei. Mas minhas lágrimas vão além. Todos os lados têm suas razões, o que acaba por acontecer uma tragédia. E eu no meio do tiroteio”.
Ele atirou nas crianças inocentes e ela, inocente, mesmo não sendo mais uma criança, atirou versos. Era ela versos o mundo.
Um sorriso é tudo

Mas vendedores, desculpem-me:

só sorrisos verdadeiros...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Depois que vi um pedaço da minha alma quase amputada, desisti, fiquei assutado

Pedi demissão do meu emprego

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Não encolho na hora de minhas escolhas
Das escolas da vida que já passei, passei em todas e sem "cola"
Colhi coisas boas e escolhi ser assim

Não sou corajoso
Apenas não tenho medo de viver

domingo, 15 de janeiro de 2012

sábado, 14 de janeiro de 2012

Eu, Ivan Costa, RG ..., CPF ..., venho, através desta, apresentar meu pedido de demissão.

Sem mais

11 de janeiro de 2012

...

- E agora você vai viver de que?
- De música.
- E dá pra viver de música?
- Não dá é pra viver sem música.

...

- Pai...Qual é o antônimo de vida?
- Medo, filha...Medo!!

...

Se eu tivesse medo de mergulhar no escuro, talvez ainda estivesse em minha cidade natal e, com certeza, nem seria poeta, se é que sou...Na verdade poeta é só uma definição. Se eu não for poeta, posso dizer que sou um brincador de palavras...Isso ninguém pode negar...Mas confesso que a carta acima (mais clichê impossível), foi uma das minha melhores poesias...

Que venha o escuro e o infinito:

Acho que já estou preparado

Que venha, enfim, a vida

O que pode vir? Dor?

De dor, eu já entendo muito bem

Estou é babando por vida


Quero ficar bêbado de vida

A passagem é só de ida


sábado, 7 de janeiro de 2012

Minha poesia justifica minha ausência por hora
Um dia, chegará a hora que a presença se fará
Embora a hora seja sempre agora
Ainda tenho muito pouco para lhe dar

Fui ao espaço, 
andei por marte
Sentei, sozinho, na lua
Vaguei pelo ar
Fui longe
Tentando encontrar
Como que faz para ter
o maior amor do mundo
para te dar

que é para o meu mundo orbitar

Seria eu, coberto por você
Serias meu sol, minha lua, minhas estrelas
Meus dias, minhas noites, meu universo
e o meu céu, que eu olharia todos os dias,
e que serviria de inspiração para todos os meus versos

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A vida não é sólida
e nem é mastigável
Não se encontra no shopping
e nem nas prateleiras dos supermercados

A vida é só ida
É passagem sem passagem
A vida é uma viagem,
onde guardamos dentro da gente,
toda a nossa bagagem

É muito difícil,
mas tanto faz

Só sei que a vida é bela

Não vide bula
e verás

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Para Sylvia Araujo

O que dizer para uma menina,
uma moça da alma de menina,
banhada de risos e rimas?

Um riso diferente
De olhares...
Da ponta da sua língua,
nada me desaponta
A ponte dos que sentem
Eu e mais de mil leitores
Mais de mil almas de risos e desarrumadas
Armas de risos e de dor
Saber-dor-ria

Não é por nada
Só queria dizer:
Minha alma dói menos
 depois que leio sua poesia